segunda-feira, 27 de abril de 2009

Jogos educativos ajudam a entender abolição

 

Em homenagem aos 121 da abolição da escravatura, o portal África na Escola (www.africanaescola.com.br) disponibiliza a partir de maio uma série de jogos que ajudam a compreender a história e a cultura dos negros no Brasil. Os jogos foram criados pela Mais Educativos, uma empresa que desenvolve jogos didáticos para divulgar cidades, o trabalho de parlamentares, escolas. "O recado é passado de uma forma criativa. Prende a atenção dos jogadores e os ajuda a entender, de uma forma muito prática, muitos aspectos da história e da cultura dos povos afro-descendentes que ajudaram a compor o Brasil", afirma o coordenador do portal, Marcos Rogério da Silva.

Na versão do Inspetor Lupah criada para o portal, os jogadores investigam os caminhos da abolição a partir do diário da Princesa Isabel. No 7#, uma releitura do clássico Jogo dos Sete Erros, é preciso encontrar as diferenças em imagens que retratam a história da luta contra a discriminação racial. No Afro Podium, o objetivo é alcançar o lugar mais alto do pódio, em uma disputa onde é fundamental o conhecimento básico da história e da cultura dos povos negros, desde a chegada ao Brasil até a assinatura da Lei Áurea. A cada acerto, ou passagem de fase, os jogos trazem informações sobre a cultura afro-brasileira.

"Para as escolas, é uma excelente ferramenta. Além de ajudar a cumprir o que determina a legislação, é uma forma de ampliar a relação professor-aluno, na medida em que incentiva a participação e o ensino passa a ser mais prazeroso", diz o coordenador do portal África na Escola. A Lei 11.645/08 institui a inclusão do ensino sobre a história e a cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar.

Sobre o África na Escola

Portal destinado a promover projetos afro-pedagógicos junto a instituições de ensino, fundações, ONGs e professores e contribuir com o cumprimento dos requisitos da Lei 11.645/08, que institui a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo oficial da rede de ensino em todo o Brasil.

A equipe do portal África na Escola disponibiliza aos alunos e professores uma gama de atividades culturais e lúdicas que promovem o resgate da identidade africana e a valorização da auto-estima do negro brasileiro.

Mais informações:

Marcos Rogério da Silva: (11) 4112-7662 / 8436-3643

contato@africanaescola.com.br

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domingo, 5 de abril de 2009

O menino do Massangana

Uma sugestão para os professores que ainda não sabem como lidar com a história e a cultura do negro e do índio no currículo escolar – se é que o assunto ainda continua incomodando escolas alertadas há pouco pelo Ministério Público. Chamem um senhor de olhar altivo de quem a maioria dos adultos se lembra como o retrato de um dos tantos bigodudos do tempo do Império. Levem Joaquim Nabuco para a aula e peçam que ele converse com crianças e adolescentes. Escutem esta fala dele: "A criança sustenta muitas vezes entre seus dedos fracos uma verdade que a idade madura com toda sua fortaleza não poderia suspender e que só a velhice terá novamente o privilégio de carregar".

Nabuco, filho de senhor de engenho em Pernambuco, foi amamentado por uma negra. Aprendia-se na escola que Nabuco foi um abolicionista. E só. Se deixarem esse senhor do século 19 entrar na sala e contar o que narrou em livros grandiosos, como O Abolicionismo e Minha Formação, as aulas serão menos chatas. Iniciem com ele o cumprimento da boa lei que exige o estudo da história dos negros e dos índios. Nenhuma narrativa sobre a escravidão é mais tocante do que a deste senhor que deu vozes ao menino Joaquim, ao deputado e ao diplomata atormentados pela vida triste dos escravos do engenho Massangana.

As crianças vão gostar. Nabuco pode se contrapor a outros bigodudos da história que se impuseram pelo militarismo. Afastem um pouco duques, condes, barões e marechais da sala e formem uma roda em torno dele e dos degredados da história. Apresentem um humanista aos alunos, e não só o retrato com uma legenda.

O guri do Massangana nos ajudará na remissão de mais essa vergonha. O Rio Grande do Sul já tentou esconder a história dos negros. Propagou-se por décadas a farsa da convivência cordial de senhores e escravos. A essência brutal da escravidão, assim definida pelo professor Mário Maestri, só foi exposta a partir dos anos 60 por historiadores como Fernando Henrique Cardoso, Florestan Fernandes, Octavio Ianni e o nosso Décio Freitas. A ocultação dessa história pelas escolas é a reafirmação da nossa incapacidade de enfrentar assuntos incômodos.

Fernando Henrique diz, em Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, que aqui a controversa libertação dos escravos – quatro anos antes da abolição no Brasil – sempre foi exaltada como uma manifestação das virtudes dos senhores bons. Foi assim que se deu a emancipação da consciência dos brancos, e não o reconhecimento de que escravos tinham direito à liberdade. Estudantes de Ensino Médio deveriam saber disso.

Sabemos tudo da trajetória de um negro americano, reconhecemos a ascensão espetacular de Barack Obama. Mas nossas virtudes bondosas ainda vacilam no reconhecimento das cotas nas universidades como o início da reparação de dois séculos e meio de escravidão. Obama está distante de nós. É cômodo exaltá-lo como um caso exemplar de afirmação. O que está próximo ainda nos constrange.

Professores à espera de orientações e apostilas do Estado e das prefeituras poderiam inaugurar suas aulas no improviso com o guri Joaquim. Procurem em sebos, comprem Minha Formação e apresentem a nota aos superiores relapsos. Leiam o trecho em que Nabuco conta como, aos oito anos, deixou o engenho do Cabo de Santo Agostinho e frustrou os escravos que o idealizavam como herdeiro de suas vidas. Ofereçam aos alunos o exemplo de quem não fugiu da verdade.
 
Por Moisés Mendes, jornalista
Fonte: Zero Hora - Porto Alegre
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sábado, 4 de abril de 2009

Disciplina cultura afro-brasileira e indígena já tem livro didático

 

Dois livros em um só volume contemplarão o conteúdo programático da disciplina obrigatória História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, para ensino fundamental e médio.
 
Chegou ao mercado o primeiro material didático que contempla integralmente a Lei 11.645, em vigor desde março de 2008, que obriga a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena como disciplina no currículo oficial das redes pública e particular de ensino.
 
Trata-se de dois livros em um só volume. Sociedade em Construção/História e Cultura Afro-Brasileira/O negro na formação da Sociedade Brasileira é um dos livros, e Sociedade em Construção/ História e Cultura Indígena Brasileira/ O índio na formação da Sociedade Brasileira é o outro.
 
Ambos são de autoria do jornalista e sociólogo J. A. Tiradentes, em parceria com a mestre em Educação pela USP, Denise Rampazzo da Silva. A nova disciplina deverá ser ministrada em especial nas áreas de Educação Artística, Literatura e História, no ensino fundamental e médio, como foi estabelecido. "Nós escrevemos com a lei à nossa frente e sob consulta o tempo todo", disse Tiradentes. Segundo ele, os livros atendem a uma reivindicação do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. "Gil dizia que só a Fundação Palmares havia se preocupado em produzir conteúdos sobre o tema, tanto que o nosso livro tem o aval de Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura", afirmou.
 
De acordo com a editora Direção Cultural, que comprou os direitos dos autores e é a responsável pela impressão e distribuição, a proposta de confeccionar dois livros em um único volume leva em consideração a redução do preço final, de armazenamento e de transporte, cuja economia permite vender dois livros pelo preço de um. Para Tiradentes, esse formato beneficia o planeta duplamente: primeiro, porque economiza milhares de árvores para a impressão de dois livros num só exemplar, já que reduz a quantidade de papel na capa. Em segundo lugar, porque o livro é impresso com papel reciclado. Dividida em 14 capítulos a edição segue rigorosamente o que estabelece a lei, quanto ao conteúdo programático. Eles tratam dos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira a partir dos dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Também resgata a contribuição das etnias nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
 
A capacitação dos professores é feita por meio de recurso digital. Ou seja, através do método EAD - Ensino a Distância, tendo em vista a parceria firmada entre o editor e o Instituto de Tecnologia, Pesquisa, Gestão e Educação Virtual do Brasil (ITGVBR), que tem como associadas algumas das mais tradicionais instituições de ensino a distância do Brasil. Consulte o site http://www.livroafrobrasileiro.com.br/ para outras informações. ConteúdoA parte afro-brasileira do volume tem 114 páginas e a indígena 71 páginas. A primeira é composta de oito capítulos e aborda temas como: O Continente Africano; A história da África e dos africanos; O contato entre o europeu e o africano e a chegada do negro ao Brasil; Escravidão no Brasil: formas e tipos diversos; A luta dos negros no Brasil, uma história de resistências; Abolicionismo, a luta pela liberdade; A cultura negra e a sua influência no Brasil e O negro na formação da sociedade nacional.
 
Vinte dos principais grandes personagens afro-descendentes brasileiros são destacados nesta parte. Já o livro sobre os povos indígenas brasileiros está dividido em seis capítulos: A presença do homem no continente americano; O contato entre os europeus e os indígenas; Escambo e escravidão nos primeiros anos de colonização; Os índios do Brasil; A cultura indígena e a sua influência na formação da sociedade nacional e As contribuições dos povos indígenas ao Brasil e ao mundo.
 
Fonte: Fundação Cultural Palmares (FCP)
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

A casa da Água - Antonio Olinto

Ao longo do século XIX, muitos ex-escravos e seus descendentes saíram do Brasil e foram para África, nos territórios que hoje fazem parte da Nigéria, Benin, Gana, Costa do Marfim. São conhecidos em geral como agudás e sua saga é analisada por talentos do quilate de Gilberto Freyre, Pierre Verger e Alberto da Costa e Silva. O extraordinário romance "A Casa da Água", de Antônio Olinto, que conta a história através da ascensão de uma família brasileira no continente africana , numa trama épica que atravessa 60 anos.

O enredo começa com a decisão de uma ex-escrava, Catarina, de retornar à Nigéria, levando a filha e os netos. Uma das crianças, Mariana, é a personagem central do romance, mulher de personalidade forte e gênio empreendedor que cresce entre as culturas brasileira e africanas e se torna uma rica comerciante com negócios nas colônias européias do Golfo do Benin, ambiente em que se misturam inglês, francês, português, iorubá e outros idiomas e tradições.

Os filhos de Mariana afastam-se dos costumes brasileiros e fazem estudos universitários na Inglaterra e na França, formando a geração de africanos instruídos que tem o papel decisivo na luta pela independência de seus países, a partir dos anos 50.

Mariana é o centro de uma teia de mulheres que conduzem o destino de uma família onde os homens estão em larga medida ausentes, ou são sobrepujados pela energia e determinação das parentes femininas.

O título do romance refere-se a uma famosa construção na cidade nigeriana de Lagos, uma casa com poço artesiano feito por brasileiros. No livro, é a partir da venda da água extraída do poço que Mariana inicia sua fortuna. De fato, boa parte dos ex-escravos que voltaram à África haviam aprendido ofícios no Brasil e eram conhecidos por sua perícia profissional como marceneiros, alfaiates, mestres de obra etc. Formaram o embrião de uma burguesia mercantil, até serem desalojados pelos colonizadores europeus que fatiaram o continente no fim do século XIX.

Olinto serviu como adido cultural do Brasil na Nigéria, nos anos 60, e lá conheceu os agudás que inspiraram sua obra-prima. O carinho e o interesse do autor pela África são evidentes no calor humano de seu belíssimo livro. É o primeiro de uma triologia completada por "O Rei do Keto" e "O Trono de Vidro".
 
 
 
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Escritora angolana faz lançamento no Rio de Janeiro

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Jogos Educativos sobre Abolição

 
Uma nova parceria entre os sites África na Escola e Mais Educativos foi firmada e gerou uma emocionante experiência no campo de jogos educativos.
 
A partir de agora, o visitante destes dois sites poderá divertir-se e aprender através de jogos que pretendem trazer à tona elementos de história negra no Brasil. Ideal para serem aplicados na escolas de ensino básico de todo o país.
 
Um exemplo desta parceria é o jogo 7# Abolição - um jogo que pretende aguçar a observação do jogador aliando informações exatas dos momentos antes da assinatura da Lei Áurea até as manchetes dos principais jornais no dia seguinte ao fato.
 
Para conferir de perto esta emocionante jornada acesse o site Mais Educativos - www.maiseducativos.com.br  ou o ÁFrica na Escola - www.africanaescola.com.br e divirta-se.
 
Em breve o site África na Escola publicará novos jogos.
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